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Mistério dos lacres das latinhas - LENDA URBANA 
Fala-se muito sobre lacres de latas de alumínio que, quando enchem uma garrafa de refrigerante, tem quem compre, pagando bem por isso.  Outros dizem que dentistas usam os lacres em obturações.  Ou que artesões os compram por um determinado preço.  Qual é a verdade ? Harley Santos, São Paulo, SP.

Gostaria de saber onde posso vender as argolinhas de alumínio das latas de refrigerantes e de cerveja.  Já procurei saber na fabricante Latasa e na Cooperativa de reciclagem de lixo em Pinheiros, mas ninguém soube informar.  Amarily, São Paulo, SP.

Os mistérios dos lacres das latinhas foi desvendado por Clóvis Marcondes de Souza, diretor do site sucatas.com, prestadora de serviço na área de reciclagem, que divulga pessoas e empresas que vendem ou compram sucatas.  Depois de receber milhares de e-mails sobre essa questão, ele descobriu que tudo não passa de uma "lenda urbana".  A reciclagem da lata de alumínio pelas empresas é feita junto com o seu respectivo lacre e nunca o lacre sozinho", avisa Marcondes, que consultou, entre outros, a Latasa, um dos maiores fabricantes de latas de alumínio do país.   Segundo Patricia Lattavo, coordenadora de comunicação da empresa, ao retirar o anel da lata, dificulta-se a sua reciclagem porque o rendimento da reciclagem é reduzido.  "Como a liga do qual é feito o anel contém alto teor de magnésio e este tem a maior potencial de oxidação que o alumínio, se ele (o anel) não estiver junto com a lata, fica mais fácil sua oxidação no forno", explica.  Navegue no site http://www.sucatas.com/ para saber mais.

fonte:Estadão 29.6.03




CRÔNICA DO ANEL DA LATA
Por Patricia Lattavo
 Tudo começa num bosque escuro, tenebroso, enfrento dragões e serpentes, luto contra selvagens, salto por cima de precipícios e nado contra a correnteza de rios violentos. Finalmente,  depois de incontáveis aventuras, chego a uma caverna, driblo aranhas gigantescas e alcanço o tão sonhado e suado tesouro. Lá está ele, aquele baú enorme, daqueles de filme. Vou até lá correndo, ali dentro pode estar toda a solução para minha vida (pelo menos financeira). Abro o baú e lá estão eles: os anéis das latinhas! Milhares, milhões! “Estou rica! Estou rica!” 
Toca o despertador, acordo com a sensação de que essa questão me persegue. Sim, amigos, um sonho. Os primeiros sintomas de paranóia em alguém que recebe centenas de e-mails de pessoas que já juntaram “uma garrafa cheia de lacres” e querem “trocá-la” por RS 250,00. Na minha função de Coordenadora de Comunicação, respondo os e-mails da forma mais esclarecedora possível: “Caro Fulano, os anéis  são fabricados com o mesmo alumínio das latas e por isso não têm valor diferenciado, etc, etc...”, já sabendo que, ao ler a mensagem, a pessoa, desconfiada, pensará: “Sei...” Mas, curiosa, começo a querer entender o “fascínio”  que essa pequena peça provoca. 
 Você, como bom brasileiro que é, dirá: “coisa de país do Terceiro Mundo.” Errado. Numa rápida pesquisa na internet, descubro que o “mal” é mundial. Em todos os lugares do planeta há pessoas pensando que os lacres valem um bom dinheiro! Mas, é claro, que em cada país há uma contextualização do mito. Na Noruega, por exemplo, dizem que os lacres são trocados por cachorro para cego.  É óbvio que aqui, nessa terra “cheia de palmeiras onde canta o sabiá”, as chances de o cego não ser cego e do cachorro  virar churrasco são enormes! Mas voltemos aos anéis...
Continuo minha pesquisa na internet e descubro que o problema é mais grave do que imagino: vejo se formando diante de meus olhos uma verdadeira rede de intrigas e acusações. Ray Parson, de Ontário, diz que a culpa é do McDonald´s, que, dizem, estaria recebendo doações de lacres para sua instituição de caridade. Suzanne Mills , de Washington D.C., se apressa em  afirmar que viu (e tocou!) na caixa onde os lacres são colocados. Rick Myers, de Kansas City, reclama: os alunos da escola onde trabalha juntaram milhões de lacres que valeriam sessões de hemodiálise para pessoas carentes e todo o esforço foi em vão. Caroline Cromer, indignada, responde: “Como, em vão?” E garante que ela, toda sua família, amigos e alguns vizinhos fizeram (sim, todos eles!) sessões de hemodiálise grátis, graças aos anéis! (Será que entendi direito? Será que a Sra. Cromer sabe o que é hemodiálise?).  John Baumer, canadense, quer “expandir” o assunto e diz que em seu trabalho, as pessoas estão juntando o papel de uma certa marca de bala: “Sabemos que é para algum tipo de tratamento médico, mas não exatamente qual...”  (ai, ai, ai...). Bob Hiebert, intelectual (?!) de Nova York, se diz decepcionado com a humanidade. “Num momento em que todos os esforços deveriam estar voltados para a recuperação do pensamento humanista numa sociedade massacrada pelo consumo desenfreado...” Chega! Não dá mais! Paro e penso: “Devo prosseguir? Estarei  me envolvendo em algo do tipo “pague para entrar e reze para sair”?
Como minha pesquisa na internet traz mais dúvidas do que esclarecimentos, decido ligar para o  Galdeano. “Fera” no assunto, quem sabe ele possa me fornecer alguma informação técnica e preciosa sobre o tal anelzinho.  Galdeano  rapidamente me envia as informações necessárias. Eis o que ele me passou:
 “Quando você retira o anel da lata, está dificultando a sua reciclagem porque...
  1. Devido ao tamanho reduzido, muitos deles podem se perder antes de chegar ao local onde serão reciclados.
  2. No processo de reciclagem da lata, elas são peneiradas e a chance de anéis soltos acabarem indo junto com a areia/terra da limpeza é muito grande.
  3. Aumentamos a chance de reduzir o rendimento da reciclagem nos fornos, isso porque como a liga do qual é feito o anel contém alto teor de magnésio e o magnésio tem maior potencial de oxidação que o alumínio, se ele (o anel) não estiver junto com a lata, isso torna mais fácil sua oxidação no forno.
  4. Pelo fato de a liga de alumínio que reciclamos ser utilizada apenas para fazer o corpo da lata e ter teor de magnésio menor que a dos anéis, o uso apenas do anel no processo  de reciclagem pode contaminar o alumínio reciclado, pois o teor de magnésio fica acima  do desejado, assim o material fica contaminado ou “fora das especificações”.
  5. Pelas razões acima, o alumínio dos anéis, quando vendido separado, tem menor valor comercial do que as latas inteiras, ou seja, vale menos! (Pasmem)
  6. Pior ainda que as razões acima, é a frustração de ter tido o trabalho para ter a latinha na mão, arrancar o anel, guardá-lo e depois descobrir que ele não vale mais que a lata, ao contrário, com muito menos latas você consegue a mesma coisa. Se a intenção é ajudar alguém a ter uma cadeira de rodas, saibam que juntando as latinhas com anéis você precisará de 6.020 latas, mas para conseguir a mesma cadeira de rodas só com anéis, você vai precisar de 286.667 deles! Com 70 latas você tem 1kg, para ter 1kg em anéis são necessários 3.333 anéis!!!”
Agora sim! São palavras de quem sabe! Com essa aula, meus e-mails de resposta ganharão mais credibilidade.
Depois de  escrever essa “crônica”, me sinto mais leve, parece que exorcizei o anelzinho e aceito o fato de que as “lendas urbanas” fazem parte de qualquer sociedade onde as pessoas precisem acreditar em algo que de alguma forma melhorará suas vidas, nem que seja apenas para sonhar. Nosso papel é informar, esclarecer, deixar que as pessoas sonhem, sim, mas com coisas que possam realizar. Assim, peço a todos (agora que temos todas as informações necessárias) que ajudem a divulgar “a verdade” sobre os anéis das latas.
Chega a noite e meu sonho se repete. Enfrento os mesmos dragões e serpentes, tudo acontece da  mesma forma que no sonho anterior, mas desta vez sei que o tesouro é real, nada de anéis de latas, essa paranóia está resolvida. Avisto de novo o tal baú. Corro em direção a ele: feliz, leve, solta... Abro o dito cujo e... nada, apenas um bilhete lá no fundo. Pego o papelzinho e leio: “Vai trabalhar, Patricia! Giosa.”
Tá bom, chefe...
Pensamento do dia: “Vão-se os anéis, mas ficam... as latas.”
Desejo a todos uma boa tarde e uma ótima semana.
FONTE: Patricia Lattavo -  http://www.latasa.com.br/ 

ESTE CASO ACONTECEU COM MEU AMIGO - MARCELO 

Marcelo como muitos brasileiros passou a juntar os tão falados anéis das latinhas de bebidas de alumínio.  Tudo começa depois tanto ouvir falar nas mais diversificadas versões sobre seu valor:
- pode-se trocar os anéis por microcomputador, cadeira de rodas
- uma garrafa cheia desses anéis vale R$ 300,00
- um Quilo desses anéis consegue-se vender pelo valor de até R$ 200,00
Marcelo passou a retirar todos os anéis de latinhas que tinha oportunidade: nas festinhas onde trabalha chegava a disputar com outros colegas que também juntam esses anéis, na sua casa, no bar, no aniversário do sobrinho, no casamento do amigo, na praia, onde quer que  estivesse, Marcelo ia atrás dos famosos anéis.  Quando consultado o porquê estava recolhendo esses anéis das latinhas, repassava as versões que chegaram até seu ouvido, sem que tivesse vendido um único anelzinho sequer, um quilo ao menos, ou mesmo meia garrafa delas.  Quando completou 4 (quatro) garrafas  Pet cheias desses anéis depois de algum tempo, imaginou;  Chegou a hora de ganhar dinheiro com esses anéis e pensou agora vou vendê-los. 
Começaria então sua caça, onde encontrar um comprador. 
Pra quem vender?  
Onde encontrar os compradores desses anéis?  
Para qual telefone ligar? 
Qual o email daquele comprador de anéis de latinhas? 
Qual empresa que compra?
Sem êxito, começou a cobrar informações de quem tinha ouvido as versões do valor desses anéis e para sua surpresa as respostas eram quase sempre as mesmas:  ééééé....eu ouvi dizer,...mas ...sabe....não sei onde compram; 
ahhhh foi meu amigo que disse...mas não deixou endereço do local de compra; oi....Marcelo..   Quem compra as latinhas?  Vou checar e te ligo amanhã, sem falta (até hoje Marcelo está esperando a ligação).
Mas como para Marcelo tudo tem seu tempo e hora para acontecer, e sendo ele paciente nunca desistiu de encontrar um comprador dos anéis.
Foi então que num lindo dia ensolarado Marcelo foi atravessar a avenida Tiradentes (São Paulo/SP), nas proximidades da Estação da Luz onde trabalhamos, utilizando-se da passarela onde há várias barracas de vendedores (camelôs).    Marcelo como todo brasileiro é observador, olha para tudo e todos, ia subindo a passarela e olhando as barraquinhas dos ambulantes e para sua surpresa depara com uma barraca pouco distante ainda dele, mas dá para perceber que nela está EXPOSTO UMA GARRAFA PET CHEIA DOS FAMOSOS  ANÉIS.
Marcelo quase que não acreditando e vem em sua mente ACHEI, ACHEI quem compra os anéis.  Conforme vai se aproximando, com passos mais acelerados Marcelo percebe que na garrafa está um aviso colado nela e  seus neurônios  trabalham imaginando encontrar no bilhete os cifrões $$$$$ do valor de quanto pagam pela garrafa cheia de anéis ou quem endereço, telefone,  DE QUEM COMPRA os mesmos.    Marcelo sente até seu coração bater mais forte à medida que vai se aproximando da barraca do camelô, de tanta emoção pois iria desvendar o mistério DE QUEM COMPRA os anéis.  
Seus olhos estão fixos na garrafa.   
Ela está cada vez mais próxima
Ele já começa a ver os primeiros sinais das escritas do bilhete, sem decifrá-los
Olhos até arregalados esforçando-se para conseguir a ler o bilhete.
Passos mais largos e acelerados até se deparar frente a frente da Garrafa Pet Cheinha de Anéis das latinhas de alumínio.
Marcelo parece estar hipnotizado, seu olhar é fixo para a garrafa pet; seus olhos parecem nem piscar em direção do bilhete colado na garrafa.
Ele não acreditava que depois tantas buscas, consultas, pesquisas na internet, etc. etc
tinha chegado o dia da revelação. 
 E lá estava estampado no bilhete.
Marcelo foi lendo o bilhete colado na garrafa PET cheia de aneizinhos

e ficou boquiaberto ao terminar de LER a seguinte frase abaixo:..............
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NÃO SEI QUEM COMPRA!!!

Marcelo ainda boquiaberto, olhou para o camelô dono daquela barraca e este deu-lhe um sorriso e Marcelo retribuiu com um sorriso amarelo, meio atordoado, como se tivesse tomado um soco, quase foi a nocaute.  Virou-se e foi embora pensativo : o que fazer com aqueles anéis....????
Clóvis Marcondes de Souza - http://www.sucatas.com/


Depois destes esclarecimentos você Quer TENTAR vender?  

Veja esta página exclusiva p/anúncios desses anéis.   

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